Concluimos hoje a publicação do poema da autoria do Carlos Carvalho, do 11.º B, que apresenta o lado perverso de uma figura tão popular das histórias infantis. Esperamos que gostem e que não deixem de comentar.
Cinderela riu-se e admitiu
O que há muito era evidente,
Mas que para o príncipe era impossível
Distinguir até ao presente.
O príncipe ordenou
Que Cinderela voltasse a colocar
Os lugares e as pessoas
Onde deviam estar.
Cinderela, a bruxa malvada, negou,
E o príncipe, sem outra opção,
Sacou da sua espada
E lha espetou no coração.
Tudo voltou ao normal,
Tal como um milagre;
Acabara em seu reino o mal,
Ascendeu de novo a prosperidade.
O príncipe queimou Cinderela
E guardou um dos seus sapatos de cristal,
Para que os seus sucessores
Se prevenissem de tal.
Todas as bruxas foram expulsas,
Mortas e queimadas,
Pois aquele sapato
Servia a todas as bruxas malvadas.
O príncipe viveu depois
Em constante solidão,
Retomou de novo o povo,
Mas perdeu o seu coração.
A felicidade, para ele,
Nunca mais foi alcançada;
Embora fizesse família,
Não fora com a sua amada.
Deixa-nos este príncipe desgostoso
Com tão importante lição:
Se amarmos, sofremos,
Quer queiramos, quer não.