A conclusão desta sequência ficou a cargo da Patrícia Dias, do 10.º VA, que assina o parágrafo hoje publicado, passível de ser incluído no já referido conto de Vergílio Ferreira. Esperemos que as várias propostas que aqui demos a conhecer vos tenham agradado e até despertado o interesse para outras leituras.
O sol baixara um pouco e estendia agora uma estrada de lume pelas águas. Um barco à vela atravessou-a e um momento foi como se as chamas o envolvessem. O rapaz calou-se e a rapariga não sabia que perguntar. Ou tinha várias perguntas, mas não sabia qual estaria certa.
Era um dia de Verão, o céu estava azul, embora houvesse uma leve neblina ao fundo do mar. Estava calor e, por isso, ela vestia uma camisola branca com flores coloridas e uns calções. Tanto o rapaz como a rapariga estavam em silêncio, limitavam-se a olhar um para o outro. Não era um olhar qualquer, era diferente! Era perfeitamente perceptível que ambos sentiam algo um pelo outro. Talvez fosse mais do que o simples carinho que normalmente se sente por um amigo. O rapaz tinha imensos motivos para estar apaixonado por ela. Pode-se dizer que era a rapariga ideal que qualquer rapaz gostaria de namorar, não só pela aparência, mas também pela sua personalidade, que era forte. Ela era de tez morena, tinha um sorriso encantador e cabelos loiros, compridos e encaracolados. Tinham ambos dezasseis anos, mas aparentavam ter mais idade pelo facto de estarem sentados numa esplanada à beira mar, sozinhos, como se fossem um casal de adultos. Apesar de tudo, a rapariga era sensível, e notava-se perfeitamente que gostava daquele rapaz como nunca tinha gostado de outro! Talvez fosse o seu verdadeiro amor.
– Sempre fazes exame em Outubro? – disse ela por fim.