Bem-vindos. Neste blogue, têm lugar textos da autoria de membros da comunidade educativa da Escola Secundária de Vilela e apontamentos diversos sobre livros e literatura.

20
Mai 15

 

O parágrafo de hoje foi redigido pela Catarina Meireles, do 10.º VA, que nos irá guiar pelos pensamentos das personagens do conto «Uma esplanada sobre o mar», de Vergílio Ferreira. Boa viagem.

 

O sol baixara um pouco e estendia agora uma estrada de lume pelas águas. Um barco à vela atravessou-a e um momento foi como se as chamas o envolvessem. O rapaz calou-se e a rapariga não sabia que perguntar. Ou tinha várias perguntas, mas não sabia qual estaria certa.

O rapaz olhava para ela e perdia a coragem. Era ela a razão de toda a sua hesitação. Nunca tinha reparado na rapariga como hoje. Parecia-lhe até que nunca a tinha visto em toda a sua curta e insignificante vida. Como era linda: a pele escura e bronzeada; os olhos fortes e verde-esmeralda que ao sol pareciam emitir luz; os cabelos delicados, louros e dourados; os lábios carnudos e vermelhos; o rosto bem desenhado pela magreza; o vestido branco. Toda ela inspirava paz e leveza. Na sua mente, porém, o mesmo não acontecia: estava preocupada com o que se seguiria. Estava nervosa e revoltada. Não sabia como se dirigir ao rapaz. Aquilo perturbava-a. A hesitação do rapaz perturbava-a. Olhava para ele e perdia por completo as palavras. Revoltava-se pela cobardia dele. Ela tinha o direito de saber. Era por isso que tinham combinado aquele encontro junto à praia. Desejava agora poder ler os seus pensamentos. Teimosa e decidida, tentou contornar aquela situação, distraindo-o. De repente surpreendê-lo-ia com a pergunta certa, à qual o rapaz não conseguiria fugir.

– Sempre fazes exame em Outubro? – disse ela por fim.

publicado por escoladeescritores às 14:21

13
Mai 15

 

Cabe hoje a vez ao João Fonseca, do 10.º VA, que também prolongou o conto de Vergílio Ferreira com um parágrafo da sua autoria.

 

O sol baixara um pouco e estendia agora uma estrada de lume pelas águas. Um barco à vela atravessou-a e um momento foi como se as chamas o envolvessem. O rapaz calou-se e a rapariga não sabia que perguntar. Ou tinha várias perguntas, mas não sabia qual estaria certa.

A rapariga mostrava um ar sereno e calmo, no entanto estava atarefada a procurar a pergunta certa para fazer ao rapaz. O seu cabelo louro delineava os traços da face, contrastando com a pele morena, queimada pelo sol. Os olhos negros pareciam muito atentos ao horizonte, mas ela estava a pensar em tudo menos no horizonte. O nariz e os lábios perfeitos não se moviam, até que bebeu um pouco do refresco. O vestido branco batia-lhe nos joelhos, com as alças a descansarem nos ombros e a mostrarem os braços morenos. Era um perfeito vestido de verão. Apesar de a sua face mostrar serenidade, as pernas diziam o contrário; tremiam e, por consequência, o pé batia na mesa, levemente. Algo a fazia nervosa. Nos poucos momentos em que o vento atingia aquele local, o vestido balançava, mas a rapariga permanecia firme na sua posição. Nesse momento, a sua mão segurava a cabeça cheia de especulações.

– Sempre fazes exame em Outubro? – disse ela por fim.

publicado por escoladeescritores às 10:41

06
Mai 15

 

Conforme anunciámos na entrada anterior, damos hoje início à publicação de parágrafos escritos pelos alunos para serem inseridos no conto «Uma esplanada sobre o mar», de Vergílio Ferreira. As frases a negrito são do autor do conto e o parágrafo apenas em itálico é da Eduarda Barros, do 10.º VA. Esperemos que gostem.

 

O sol baixara um pouco e estendia agora uma estrada de lume pelas águas. Um barco à vela atravessou-a e um momento foi como se as chamas o envolvessem. O rapaz calou-se e a rapariga não sabia que perguntar. Ou tinha várias perguntas, mas não sabia qual estaria certa.

O sol, apesar de baixo, iluminava perfeitamente a cara da rapariga. O rapaz olhava-a como se esta fosse a mais bela obra-prima que alguma vez tivera existido, talvez fosse do amor que sentia por ela, ou então a rapariga de cabelos compridos e loiros realmente tinha o mérito de possuir uma beleza tão estonteante. Ele admirava todos os seus traços, a maneira como esta fazia um grande esforço para manter aquelas duas pérolas, verde-esmeralda, abertas devido à intensidade do sol, a maneira como os seus lábios eram perfeitamente proporcionais ao resto da cara, e… Ah, mas que lábios que ela tinha, pareciam esculpidos pelos deuses e pintados com o mais belo vermelho que já tinha visto. As bochechas rosadas deixavam a sua pele branca com um ar ainda mais saudável. Tudo nela parecia perfeitamente alinhado e o rapaz ainda se sentia mais triste por ter de lhe dar uma notícia tão trágica.

– Sempre fazes exame em Outubro? – disse ela por fim.

publicado por escoladeescritores às 11:17

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