Bem-vindos. Neste blogue, têm lugar textos da autoria de membros da comunidade educativa da Escola Secundária de Vilela e apontamentos diversos sobre livros e literatura.

26
Nov 14

 

Publicamos hoje a última (por enquanto) recensão crítica ao filme Singularidades de uma rapariga loura. O texto que encerra esta sequência é da autoria da Eduarda Barros, do 10.º VA, que assim nos oferece as suas reflexões sobre o cinema de Manoel de Oliveira. Boas leituras.

 

Crítica de cinema

Eduarda Barros

 

O filme Singularidades de uma rapariga loura é uma adaptação de Manoel de Oliveira do conto de Eça de Queirós publicado em 1902. O filme, lançado em 2009, conta com a participação de Ricardo Trêpa e Catarina Wallenstein, sendo estes os actores principais de um vasto elenco de profissionais.

Nesta longa-metragem não existe uma grande exposição da vida dos protagonistas nem se encontram explicações românticas. A maior parte das ideias são subtilmente sugeridas, podendo desta maneira passarem despercebidas para um espectador não tão habituado a este tipo de filme.

O amor ingénuo é o tema principal da obra, mostrando como Macário, personagem principal, idealizava o interior de Luísa tão belo quanto o exterior. Esta ingenuidade levou-o a cometer grandes loucuras pelo que ele achava ser o seu grande amor.

O filme retrata a realidade de muitas pessoas, demonstrando que a grande beleza da rapariga, Luísa, não era tudo, pois a maior falha estava no seu carácter, sendo este o aspecto mais importante a ter em consideração.

Para finalizar, esta obra transmite-nos uma lição que passa muito pela incitação ao pensamento acerca do motivo por trás das nossas paixões e das possíveis consequências de continuarmos a alimentá-las.

publicado por escoladeescritores às 10:00

19
Nov 14

 

Apresentamos hoje mais uma perspectiva sobre o cinema de Manoel de Oliveira, com uma recensão crítica assinada pela Adriana Sousa, do 10.º VD.

 

Crítica de cinema

Adriana Sousa

 

Singularidades de uma rapariga loura, o filme que visionámos em português, foi realizado por Manoel de Oliveira em 2009, adaptado de um conto de Eça de Queirós com o mesmo título.

Na minha opinião, o filme foi bem concebido, mas existem também aspectos que não considero tão positivos. Eu penso que o cinema que Oliveira faz, particularmente neste filme, é simples, pois só filma o necessário para percebermos a história do filme, é encantador e também misterioso, porque ao longo do filme o cineasta criou um certo mistério à volta da personagem Luísa, mostrando várias pistas no decorrer da história, em que acontecem roubos, mas só no final do filme é que nos apercebemos de que é Luísa a autora desses roubos. Outro aspecto positivo foi a adaptação do conto para o cinema. Acho que a adaptação foi bem concebida, Oliveira conservou os costumes, o vestuário, a maneira de ser das personagens do conto de Eça de Queirós, que é antigo, e inseriu essas personagens no nosso tempo.

O aspecto que achei menos positivo foi a representação. Não sei se era a intenção do realizador, mas, do meu ponto de vista, em algumas partes a representação parecia forçada e um pouco teatral.

Concluindo, este filme de curta duração de Manoel de Oliveira conseguiu contar uma história interessante, simples e misteriosa, misturando o tema do amor com o materialismo e os diferentes valores e atitudes das pessoas.

 

[Na foto: Manoel de Oliveira, Catarina Wallenstein e Ricardo Trêpa na antestreia do filme, em Lisboa, a 29 de Abril de 2009.]

publicado por escoladeescritores às 11:32

05
Nov 14

 

Na sequência dos textos anteriormente publicados, apresentamos hoje uma recensão crítica assinada pela Joana Dias, aluna do 10.º VC. Eis, pois, mais um olhar simultâneo sobre o cinema de Oliveira e a escrita de Eça de Queirós. Continuação de boas leituras.

 

Crítica de cinema

Joana Dias

 

O cineasta português Manoel de Oliveira, inspirado por uma obra de Eça de Queirós, apresentou em 2009 o filme Singularidades de uma rapariga loura. Trata-se de um filme que, desde a raiz, é português.

É, naturalmente, uma obra para poucos, totalmente distinta dos filmes que se vêem habitualmente. Mas, como já foi comentado sobre os filmes de Oliveira, eles não são para se olhar, são para se ver.

Trata-se de um filme com perspectivas bastante diferentes das que predominam hoje em dia. Por muito que as falas nem sempre tenham um sentido claro, os actores e o próprio Oliveira levam-nos mais longe; com as interpretações e as perspectivas das várias cenas, entendemos, por muito que as falas não sejam as mais comuns, a que ponto querem que cheguemos.

É uma história que mostra realmente a existência de um grande amor, mas com poucas cenas dessa relação absurda. Macário faz tudo para se casar com Luísa, mas poucas vezes há cenas da cumplicidade deles a justificarem que Macário a deseje tanto.

Por isso, concluo que Singularidades de uma rapariga loura não é a história do amor de Macário e de Luísa, mas antes a história da paixão que Macário sentia pela bela imagem de uma rapariga loura à janela, enquanto abanava o seu leque chinês.

publicado por escoladeescritores às 16:09

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