Publicamos hoje a última (por enquanto) recensão crítica ao filme Singularidades de uma rapariga loura. O texto que encerra esta sequência é da autoria da Eduarda Barros, do 10.º VA, que assim nos oferece as suas reflexões sobre o cinema de Manoel de Oliveira. Boas leituras.
Crítica de cinema
Eduarda Barros
O filme Singularidades de uma rapariga loura é uma adaptação de Manoel de Oliveira do conto de Eça de Queirós publicado em 1902. O filme, lançado em 2009, conta com a participação de Ricardo Trêpa e Catarina Wallenstein, sendo estes os actores principais de um vasto elenco de profissionais.
Nesta longa-metragem não existe uma grande exposição da vida dos protagonistas nem se encontram explicações românticas. A maior parte das ideias são subtilmente sugeridas, podendo desta maneira passarem despercebidas para um espectador não tão habituado a este tipo de filme.
O amor ingénuo é o tema principal da obra, mostrando como Macário, personagem principal, idealizava o interior de Luísa tão belo quanto o exterior. Esta ingenuidade levou-o a cometer grandes loucuras pelo que ele achava ser o seu grande amor.
O filme retrata a realidade de muitas pessoas, demonstrando que a grande beleza da rapariga, Luísa, não era tudo, pois a maior falha estava no seu carácter, sendo este o aspecto mais importante a ter em consideração.
Para finalizar, esta obra transmite-nos uma lição que passa muito pela incitação ao pensamento acerca do motivo por trás das nossas paixões e das possíveis consequências de continuarmos a alimentá-las.