No âmbito da disciplina de Português do 10.º ano, na sequência do estudo do texto de apreciação crítica, os alunos assistiram a uma exibição do filme Singularidades de uma rapariga loura (2009), de Manoel de Oliveira, tendo sido depois incitados a escrever uma recensão acerca dessa obra. Alguns dos textos então produzidos vão ser publicados nas nossas próximas entradas, configurando um olhar múltiplo e, naturalmente, diversificado sobre uma peça importante do cinema português contemporâneo.
A abertura desta série cabe ao artigo da Catarina Meireles, do 10.º VA. Esperemos que o apreciem e fiquem ainda com mais vontade de conhecer os textos que se seguirão.
Crítica de cinema
Catarina Meireles
Escrito por Eça de Queirós e adaptado ao cinema por Manoel de Oliveira, Singularidades de uma rapariga loura proporciona-nos uma visão ampla de valores morais que se arrastam até à sociedade actual.
Oliveira manteve-se fiel ao estilo clássico e elegante do texto, tendo adaptado apenas o essencial, evitando também grande sofisticação tecnológica.
Apesar de bela e idílica, a história que nos é transmitida sofre contratempos, mas resiste, o que nos remete para a sua dimensão realista.
Todas as personagens foram bem interpretadas, destacando-se Luísa, por Catarina Wallenstein, e Macário, protagonizado por Ricardo Trêpa.
Em suma, esta obra mistura a ironia e o amor com choques morais, destacando-se a ilusão, o materialismo e a cleptomania: afinal, as singularidades da rapariga loura.