Em O Doido e a Morte (1923), Raul Brandão confrontou-nos com uma personagem que se liberta dos condicionalismos sociais e se depara com o absurdo da existência. Não satisfeito com essa descoberta, o Sr. Milhões obriga o Governador Civil ao mesmo exercício cruel de auto-revelação por meio de um divertido e intenso diálogo, que envolve uma ameaça de bomba e a exposição de verdades inconfessáveis.
Estudado no âmbito da disciplina de Literatura Portuguesa, o texto de Raul Brandão foi objecto de um trabalho de construção de cenários para uma eventual encenação. Cabe hoje à Diana Silva, do 11.º VD, dar-nos a conhecer a maqueta com que levou a cabo esse trabalho de cenografia. A imagem em cima mostra‑nos uma perspectiva geral desse espaço, ocupando-se as restantes de evidenciar detalhes ou partes da reprodução em miniatura do gabinete do Governador Civil. Esperemos que este trabalho inspire os nossos leitores para a descoberta de um belíssimo texto de um dos escritores de língua portuguesa mais importantes do século XX.