Bem-vindos. Neste blogue, têm lugar textos da autoria de membros da comunidade educativa da Escola Secundária de Vilela e apontamentos diversos sobre livros e literatura.

26
Jan 11

 

Concluimos hoje a publicação do poema da autoria do Carlos Carvalho, do 11.º B, que apresenta o lado perverso de uma figura tão popular das histórias infantis. Esperamos que gostem e que não deixem de comentar.

 

Cinderela riu-se e admitiu

O que há muito era evidente,

Mas que para o príncipe era impossível

Distinguir até ao presente.

 

O príncipe ordenou

Que Cinderela voltasse a colocar

Os lugares e as pessoas

Onde deviam estar.

 

Cinderela, a bruxa malvada, negou,

E o príncipe, sem outra opção,

Sacou da sua espada

E lha espetou no coração.

 

Tudo voltou ao normal,

Tal como um milagre;

Acabara em seu reino o mal,

Ascendeu de novo a prosperidade.

 

O príncipe queimou Cinderela

E guardou um dos seus sapatos de cristal,

Para que os seus sucessores

Se prevenissem de tal.

 

Todas as bruxas foram expulsas,

Mortas e queimadas,

Pois aquele sapato

Servia a todas as bruxas malvadas.

 

O príncipe viveu depois

Em constante solidão,

Retomou de novo o povo,

Mas perdeu o seu coração.

 

A felicidade, para ele,

Nunca mais foi alcançada;

Embora fizesse família,

Não fora com a sua amada.

 

Deixa-nos este príncipe desgostoso

Com tão importante lição:

Se amarmos, sofremos,

Quer queiramos, quer não.

publicado por escoladeescritores às 10:48

21
Jan 11

 

Editamos hoje a terceira parte do poema do Carlos Carvalho, do 11.º B, intitulado A Cinderela do Mal, que nos apresenta uma nova e original versão desta célebre figura das histórias tradicionais.

 

Todo o povo temia

O que iria acontecer,

Pois tão ingénuo príncipe

Nunca o iria reconhecer.

 

Nunca veria nela

Aquele ser diabólico encarnado

Que iria fazer da Terra

Um lugar inabitado.

 

O conselheiro falou com o príncipe,

Mas indo já em vão,

Pois o príncipe havia decidido

Casar naquele dia, antes da escuridão.

 

Todo o povo desesperado

Tentou a malvada impedir,

Sendo morto ou desmembrado

Como o «freguês» preferir.

 

O príncipe ainda não se havia apercebido,

Mas estava prestes a acordar

Daquele coma profundo

A que chamamos sonhar.

 

Após uns meses de casamento

O príncipe se apercebeu

De que tudo que havia de belo

No reino desapareceu.

 

Em oposto ao sucedido,

Cinderela estava radiante,

Cada vez mais bela,

Cada vez mais importante.

 

O que era mais de estranhar

É que ninguém aparecia

Ninguém se vinha queixar

Do que desaparecia.

 

O príncipe fora à biblioteca

Ver registos antepassados,

Ver se tinham acontecido

Eventos relacionados.

 

Houvera dois casos,

 O dele e o de seu avô,

Que se casara com uma bruxa

Que dele fazia totó.

 

O príncipe pensou

E, após uma breve reflexão,

Confrontou Cinderela

Com tal situação.

 

[continua]

publicado por escoladeescritores às 10:54

19
Jan 11

 

Continuamos hoje a publicar o poema A Cinderela do Mal, do Carlos Carvalho, do 11.º B, que prosseguirá ainda em próximas entradas.

 

O príncipe então seguiu

Após a resposta de Cinderela,

Embora o que queria mesmo

Era estar junto dela.

 

Cinderela, alucinada,

Correu para o seu covil

E deu gargalhadas de malícia

Enquanto vestia a sua roupa mais dócil.

 

Fez um feitiço grego,

De imenso poder,

Que lhe colocou à frente

Tudo o que queria ter.

 

Dois cavalos negros de olhos flamejantes

E uma carruagem de ferro incandescente,

A carruagem do Diabo

Seria provavelmente.

 

Seguiu então para o palácio,

Que era feito de cristal,

Que havia sido feito com bondade

E seria demolido com o mal.

 

A bruxa repugnante

A que chamo Cinderela

Tinha esse plano em mente:

Acabar com tudo que a fazia menos bela.

 

Ao chegar ao palácio,

Teve uma ofegante recepção,

Que provocou, além de terramotos,

Uma grande excitação.

 

Ao príncipe fora anunciado

Que houvera tal chegada,

E foi imediatamente a correr

Para os braços da sua amada.

 

O baile foi dado como começado

Com chegada de tal figura,

Que tinha pele macia e fofa,

Mas coração de pedra dura.

 

O príncipe dançou feliz,

Nunca havia estado tão animado.

Por fim, disse a Cinderela

Que queria viver a seu lado.

 

Cinderela, não hesitante,

Disse que sim, radiante,

Pensando para si mesma:

«É desta que faço dele uma estante.»

 

[continua]

publicado por escoladeescritores às 11:09

14
Jan 11

 

 

Iniciamos hoje a publicação de um poema longo, da autoria do Carlos Carvalho, do 11.º B, que nos apresenta uma personagem bem conhecida dos contos infantis, mas aqui submetida a um olhar que desvenda o seu reverso. Eis uma leitura estimulante, desdobrada em várias entradas, ao longo das quais este poema será editado na íntegra.

 

Ao contrário do costume,

Da história habitual,

Contarei à minha maneira

A história d’A Cinderela do Mal.

 

Criança que cresceu só

E toda a vida amargurada,

Quando a adulta chegou,

Sua maldade triunfava.

 

Roubava vidas «insignificantes»

Que a faziam fortalecer,

Aumentava os seus feitiços

A cada anoitecer.

 

Era uma bruxa malvada,

De beleza incomparável;

Quem a amava, morria;

Era um sonho, mas condenável.

 

Um dia, farta do anonimato,

Resolveu «sair à rua»,

Caçar alguém conhecido,

Que não conhecia a malícia sua.

 

Encontrou um príncipe bondoso,

Que ficou logo apaixonado

E, embora ouvisse algo sobre Cinderela,

Ignorou, visto por ela estar vidrado.

 

Cinderela viu nele

Uma vítima potencial

Que a colocaria bem de vida

E a potenciaria no mal.

 

O príncipe prontamente

A convidou para jantar,

Já tendo em seu pensamento

Que com ela queria casar.

 

Cinderela, fazendo-se difícil,

Disse que não podia aceitar,

Mas no fundo queria ir

Para com o príncipe poder ficar.

 

O príncipe insistiu

E sentiu-se até frustrado,

Pois não sabia que Cinderela

Queria o príncipe esbanjado.

 

A Cinderela respondeu

Que, por mera educação,

Diria que sim ao príncipe

Se ele lhe beijasse a mão.

 

O príncipe não hesitou

E beijou-lhe a mão de imediato;

Então, Cinderela teve a certeza

De que a «refeição» lhe caíra no prato.

 

[continua]

publicado por escoladeescritores às 10:38

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