Bem-vindos. Neste blogue, têm lugar textos da autoria de membros da comunidade educativa da Escola Secundária de Vilela e apontamentos diversos sobre livros e literatura.

18
Nov 10

 

A Marisa Nogueira, do 10.º D, inspirou­‑se na sátira medieval para compor este poema que parodia o comportamento de três mulheres demasiado empenhadas em observar os supostos males alheios. Boa leitura.

 

Três comadres a falar

De quem vai a passar

Só sabem criticar

A roupa que está a usar!

 

É a saia que está acima,

A camisa que é florida,

Os sapatos são da prima

E a fita está mal cosida!

 

Em casa não têm espelhos,

Não vêem seus defeitos,

Têm preconceito

De quem não veste a preceito.

 

[Em cima: Três Mulheres na Poço (1921), de Pablo Picasso.]

publicado por escoladeescritores às 12:29

17
Nov 10

 

A Joana Freire, do 10.º D, satirizou uma figura feminina «emproada», nesta recriação muito pessoal das cantigas de escárnio e maldizer medievais.

 

Lá vai dona toda emproada,

Lá vai ela toda maquilhada!

Dona toda sorridente,

Não fala com qualquer gente.

 

Lá vai dona toda esticada,

A reparar em toda a gente!

Dona tão pouco enamorada

Vai na rua muito animada.

 

Lá vai dona bem vestida,

Dona toda colorida!

Vai na rua, não fala com ninguém,

Olhando sempre para o além.

publicado por escoladeescritores às 10:51

11
Nov 10

 

A primeira recriação da sátira medieval que publicamos nesta nova sequência é da autoria da Cristina Barroso e apresenta um trovador que, perante a vontade apresentada por algumas mulheres de serem louvadas na poesia, opta antes por insultá­‑las, chamando­‑lhes onzeneiras, ou seja, aquelas que geram intrigas ou lançam mexericos. Divirtam­‑se com esta leitura.

 

Às senhoras peço perdon

Se nunca vos antes loei,

Não o fiz por má razon

Mas agora vos direi:

        Suas gran onzeneiras!

 

Agora que me pedistes

Só falo até ao fim,

Non vale a pena ficardes tristes

Nem armar um chinfrim:

        Suas gran onzeneiras!

 

Sois um bando de sandias,

Disto soo certon,

Andais mui mal vestidas,

Aqui vedes a loaçon:

        Suas gran onzeneiras!

 

Espero que tenhais gostado

Deste meu gran lour,

Ficava melhor cantado

Mas não tenho voz de cantor:

        Suas gran onzeneiras!

publicado por escoladeescritores às 12:52

10
Nov 10

 

A nossa revisitação da poesia medieval vai agora incidir (de novo, porque já o havíamos feito no ano passado) na sátira, ou seja, nas cantigas de escárnio e de maldizer. Para darmos o mote e, desse modo, anteciparmos os textos produzidos por alunos da nossa escola, aqui apresentamos hoje uma composição de Martim Soares (incluída no Cancioneiro da Biblioteca Nacional com o número 1366 e no da Vaticana com o número 974), em que são parodiadas as fracas qualidades do jogral Lopo, que recebeu «três couces na garganta» por cantar tão mal.

 

Foi um dia Lopo jograr

a cas d’un infançom cantar

e mandou-lh’ele por dom dar

tres couces na garganta;

e foi-lh’escass’a meu cuidar,

        segundo com’ele canta.

 

Escasso foi o infançom

em seus couces partir entom,

ca nom deu a Lop[o] entom

mais de tres na garganta;

e mais merece o jograrom,

        segundo com’ele canta.

publicado por escoladeescritores às 10:59

04
Nov 10

 

A concluir esta sequência de variações sobre as cantigas de amigo, editamos hoje a composição da Catarina Duarte, do 10.º D, com um refrão adequado ao tempo ainda estival que entre nós se tem feito sentir. Boas leituras.

 

Nem as pedras do caminho

Nem as águas do rio

Sabem segredos meus com meu amigo.

        Amores de Verão depressa vão!

 

Nem as pedras do adro

Nem as águas do lago

Sabem segredos meus com meu amado.

        Amores de verão depressa vão!

 

Se soubesses o que tenho vivido,

Se soubesses o que tenho sofrido,

Jamais um ser queria ter nascido.

        Amores de Verão depressa vão!

 

Se soubesses o que tenho chorado,

Se soubesses o que tenho passado,

Jamais um ser queria' star do nosso lado.

        Amores de Verão depressa vão!

publicado por escoladeescritores às 12:40

03
Nov 10

 

Publicamos hoje, de novo, uma bailia, ou seja, uma cantiga de amigo em que o sujeito poético, a donzela, incita as amigas a dançarem com ela, para se exibirem diante dos homens que por elas estão apaixonados. Esta recriação da poesia medieval é da autoria da Joana Freire, do 10.º D.

 

Bailava com minhas amigas

Dançavam corpos velidos

Para nossos amigos!

 

Bailava com minhas comadres

Dançavam corpos delgados

Para nossos amados!

 

Dançavam corpos velidos

Entre olhares coloridos

Para nossos amigos!

 

Dançavam corpos delgados

Entre olhares apaixonados

Para nossos amados!

publicado por escoladeescritores às 10:41

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