Bem-vindos. Neste blogue, têm lugar textos da autoria de membros da comunidade educativa da Escola Secundária de Vilela e apontamentos diversos sobre livros e literatura.

25
Mar 10

[Bacanal, gravura (c. 1470), de Andrea Mantegna]

 

A cantiga satírica de hoje foi escrita pela Marlene Ferreira, do 10.º C.

 

Cantiga de escárnio e mal dizer

 

Conheci-te no sábado quando estavas passeando

Mal vi o teu olhar, tudo estremeceu.

Fiquei a pensar... Será aquele o príncipe meu?

 

Trocámos nossas moradas,

Para que me pudesses conhecer,

Combinámos passear, para nos conhecer.

 

No sábado seguinte queria surpreender.

Qual não foi meu espanto

Quando t’avistei com a minha vizinha naquele canto!

 

Aquela vesga, que mal consegue andar,

Quando se baixa, tudo reluz.

Então, quando está tudo vermelho,

Parece o estádio da Luz!

 

Não sei o que viste nela,

Só se for aquele rabo,

Que, lá por ser alçado,

Não quer dizer que seja dela.

publicado por escoladeescritores às 13:04

24
Mar 10

 

Publicamos hoje a primeira composição satírica redigida por uma aluna da nossa escola. A sua autora é a Catarina Gomes, do 10.º C.

 

Cantiga de Escárnio e Maldizer

 

Ficaste admirado

Quando te chamei mulherengo.

Não fiques, meu trengo,

Pensei que já estavas habituado.

 

Não tinha imaginado

Que nunca ninguém te tinha dito,

Mas eu digo-o, e até o grito.

Pensei que já estavas habituado.

 

Nomes feios, outros já te tinham chamado,

Tanto em Dezembro como em Janeiro.

Este é diferente, mas verdadeiro.

Pensei que já estavas habituado.

publicado por escoladeescritores às 16:07

10
Mar 10

 

Para darmos continuidade à publicação dos trabalhos de reescrita do lirismo medieval, abordaremos, a partir de hoje, o género satírico. Para o efeito, damos a conhecer uma cantiga de escárnio de Joan Garcia de Guilhade (inserida no Cancioneiro da Vaticana com o número 1097 e no Cancioneiro da Biblioteca Nacional com o número 1486), parodiando uma mulher que se teria queixado de não ser elogiada pelo poeta. Em resposta, o autor trata­‑a por feia (fea), velha e louca (sandia).

Nas próximas entradas, divulgaremos composições satíricas redigidas por alunas de Literatura Portuguesa da nossa escola.

 

Ai, dona fea, fostes-vos queixar

que vos nunca louv’en [o] meu cantar;

mais ora quero fazer um cantar

en que vos loarei toda via;

e vedes como vos quero loar:

dona fea, velha e sandia!

 

Dona fea, se Deus mi perdon,

pois avedes [a] tan gran coraçon

que vos eu loe, en esta razon,

vos quero já loar toda via;

e vedes qual será a loaçon:

dona fea, velha e sandia!

 

Dona fea, nunca vos eu loei

en meu trobar, pero muito trobei;

mais ora já un bom cantar farei,

en que vos loarei toda via;

e dir-vos-ei como vos loarei:

dona fea, velha e sandia!

publicado por escoladeescritores às 18:30

Março 2010
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4
5
6

7
8
9
11
12
13

14
15
16
17
18
19
20

21
22
23
26
27

28
29
30
31


subscrever feeds
mais sobre mim
pesquisar neste blog
 
Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

blogs SAPO