Bem-vindos. Neste blogue, têm lugar textos da autoria de membros da comunidade educativa da Escola Secundária de Vilela e apontamentos diversos sobre livros e literatura.

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Dez 09

Quase todos conhecem O Principezinho (Le Petit Prince), de Antoine de Saint­‑Exupéry, e os seus diálogos simultaneamente cândidos e inteligentes. Hoje publicamos um novo diálogo desta célebre personagem da literatura europeia, assinado pela Carla Sousa, do 9.º C da nossa escola.

 

Passado algum tempo, apareceu diante de mim o principezinho. Tinha um ar alegre e misterioso.

– Olá! – saudei eu o principezinho.

– Olá!

– Então por onde andaste este tempo todo? – questionei­‑o com muita curiosidade.

– Andei por aí …E conheci uma raposa muito especial.

O principezinho afirmou aquela frase com tanta emoção que me atrevi a perguntar-lhe:

– Que raposa é essa?

– É uma raposa que conheci quando andava à procura de amigos.

– Principezinho, porque dizes tu que a tal raposa é assim especial para ti?

Para grande intriga minha, ele exclamou:

– Ela contou-me um segredo, logo não te posso contar!

Mas logo de seguida pronunciou-se:

– Ou até te possa contar… Afinal, a raposa também é especial para mim, não só pelo segredo, mas também pelas coisas importantes que me ensinou.

– Então conta lá! – pedi eu, entusiasmado e curioso – O que é que ela te ensinou?

– Ensinou-me o queria dizer «criar laços». Tu, por acaso, sabes o que quer dizer?

– Acho que não. Podes ensinar-me?

– Claro! «Criar laços» é uma das coisas que é preciso para se fundar uma amizade. E não só. Para se fundar uma amizade é preciso ter muita paciência e ter determinados rituais.

– Estou a ver que essa raposa te ensinou coisas realmente muito importantes para a nossa vida. E ensinou-te mais alguma coisa?

– Sim, e também é muito importante! «Estar preso» implica dar o nosso tempo a alguém, dedicando-lhes uma parte de nós. Por exemplo, eu «estou preso» à minha rosa.

– «Estás preso» à tua rosa!?

– Estou. Para além disso, sou responsável por ela e devo dar-lhe muita atenção e carinho, e também tomar muito bem conta dela.

O principezinho parecia-me seguro naquilo que dizia, e então comecei a entender o porquê de a raposa ser especial.

Naquele instante, o principezinho interrompeu o meu pensamento e revelou o segredo:

Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos. Os homens já se esqueceram disso e também de que devem dar mais valor aos amigos, pois, ao contrário das coisas, os amigos não se podem comprar.

Em breves instantes, o principezinho adormecera e sussurrava:

Sou responsável pela minha rosa…

Depois deste longo dia, podia concluir que a amizade é fundamental para a nossa vida e que a raposa mostrou ao principezinho as realidades vividas no mundo dos «homens».

 

 

publicado por escoladeescritores às 18:56

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